ISBN-13:
9788533603813
ISBN-10:
8533603819
Ano:
1996 / Páginas: 266
Idioma:
português
Editora:
Martins Fontes
Olá galera! Início de ano é aquele momento que temos mais novos 365 dias para fazer escolhas maravilhosas. Espero que essa resenha proporcione melhores escolhas sobre o tempo.
Sinopse
Homens cinzentos passaram a convencer as
pessoas a economizar tempo e com isso a vida foi se tornando fria e vazia.
Coube a Momo, uma menina desgrenhada, a missão de trazer de volta o tempo
perdido.
Resenha
Eu diria que essa sinopse não faz jus a
história do livro. Momo e o Senhor do Tempo, não é somente sobre Homens
Cinzentos. Eu gosto da definição que eu vi no Skoob quase como um subtítulo
deste livro: “a extraordinária história
dos ladrões de tempo e da criança que trouxe de volta às pessoas o tempo
roubado”. As crianças! Elas são totalmente desprendidas e sem os conceitos
muitas vezes inúteis que nós adultos temos das coisas. Então, Momo é uma garota
que não conseguimos ao certo denifir a idade, isso porque ela é miúda e pode
ter 8, mas também por ter 12 anos e não sabemos definir. Ela vive em um
anfiteatro de uma cidade onde as pessoas vivem tranquilamente. As pessoas dessa
cidade criam Momo e ela vive gosta muito dessas pessoas e ama a vida que tem.
Momo tem um dom: Ouvir as pessoas. E ela é procurada por pessoas da vila para
que o seu dom ajude na resolução de problemas e auxilie a vida delas. Mas um
dia, chega a cidade Homens Cinzentos que começam a ludibriar os moradores
dizendo que eles devem economizar tempo pois estão o perdendo fazendo as coisas
da maneira que fazem. O Homens Cinzentos dizem que não se pode fazer as coisas
tão devagar, pois assim estão perdendo tempo; não se deve para durante o dia
para admirar a natureza ou visitar amigos, pois quando se faz isso você está
perdendo tempo e o tempo é precioso demais para se perder. Todos que visitavam
Momo ficavam apreciando as estrelas, o brilho da lua prateada e essas coisinhas
simples que tem no nosso dia a dia, mas os Homens Cinzentos fazem as pessoas
acreditarem que isso é perda de tempo, menos Momo, pois ela é uma criança e ela
ama a vida que tem.
Os Homens Cinzentos eram poupadores do tempo
e trabalhavam na Caixa Econômica do Tempo, andavam de terno cinza e uma maleta
para guardar o tempo. Eram muito espertos e convenciam facilmente os moradores
a economizarem cada vez mais tempo para viverem melhor no futuro. Eles tentam
convencer Momo a poupar tempo, mas ela não se deixa levar. Aos poucos seus
amigos não vão mais visita-la e ela fica preocupada e quer procurar explicação.
Nesse momento conhecemos um outro personagem importante para essa história: a
tartaruga Cassiopéia. Juntas ela vão em busca de respostas.
“Existe um mistério
muito grande que, no entanto, faz parte do dia-a-dia. Todos os seres humanos
participam dele, embora muito poucos reflitam sobre ele. A maioria simplesmente
o aceita, sem mais indagações. Esse mistério é o tempo…existem calendários e
relógios que medem o tempo… tempo é vida. E a vida mora no coração.”
O
que eu achei
Tempo é questão de prioridades. Engana-se
quem acredita que está sem tempo, ou que está economizando tempo. Segundo este
livro maravilhoso a pessoa que fica sem tempo tem uma doença que pode ser
descrita com os seguintes sintomas: “ No
começo, mal dá para perceber. Um belo dia a pessoa não tem mais vontade de
fazer nada. Nada lhe interessa, tudo a aborrece. Mas essa falta de vontade não
desaparece, pelo contrário, aumenta a cada dia…”
Esse livro, ao primeiro olhar parece bobinho
e infantil, mas é tão profundo e aborda um tema tão relevante que feliz é o
adulto que consegue absorver e viver plenamente este conteúdo, mas mais feliz é
a criança que sabe em sua totalidade que o tempo nada mais é que uma definição
do homem para marcar compromissos, pois para as crianças o tempo nada mais é do
que isso.
“Assim
como vocês têm olhos para enxergar a luz, ouvidos para ouvir sons, também têm
um coração para perceber o tempo. Todo o tempo que não é percebido pelo coração
é tão desperdiçado quanto seriam as cores do arco-íris para um cego ou o canto
de um pássaro para um surdo”.
Lembro que li esse livro todo no caminho para o trabalho, e como eu era feliz o lendo! Muitas vezes ri e as pessoas do ônibus ficaram me olhando sem entender e eu pensava: Ah se vocês soubessem o que essas páginas contém, ficariam maravilhados e saberia que estou vivendo o melhor meu tempo neste exato momento.
O livro tem uma linguagem super simples, clara e objetiva. Momo é um personagem sem nenhuma máscara: ela é o que é e isso é transparente em suas falas e ações. Nem um pouco orgulhosa, Momo é tão humilde que isso impede que os ladrões de tempo a enganem. Aquele livro que você pode reler sempre que ainda vai ter algo para aproveitar. Uma leitura muito válida que nos faz repensar questões sobre o tempo.
Sobre
o autor
Michael
Ende foi um escritor alemão de romances sobre fantasia e livros
infantis e parte de um movimento antroposófico (estudo do homem sob
o ponto de vista moral e intelectual). Filho do pintor surrealista
Edgar Ende, tornou-se conhecido por seu trabalho Die unendliche
Geschichte (A História sem Fim), e seus outros livros incluem Momo e
o senhor do tempo e Jim Knopf. Ele
é um dos mais famosos autores do século XX, por seus sucesso com
livros infantis, que convida o leitor a andentrar em um estranho
mundo cheio de símbolos visionários e o poder de se identificar com
os heróis de suas histórias.
Os
livros de Michael Ende foram traduzidos em mais de quarenta idiomas e
vendidos mais de vinte milhões de cópias. Neste
link é possível conhecer os livros do autor:
https://www.skoob.com.br/autor/livros/203
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